quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Surreal


Certa vez andando pela Avenida da Ilusão, encontrei uma placa com um letreiro muito interessante. Não sei onde nem quando presenciei aquilo, somente sei que aquilo ficou para sempre arquivado em minha alma. O letreiro dizia o seguinte: "Precisamos de operários para construir uma casa, mas tem que ser oficiais muito especiais pois: precisamos de pedreiros que conheçam a linguagem da compreensão para que eles assentem corretamente os tijolos de dúvidas daquele que na casa irá morar; serventes que conheçam a verdadeira linguagem do amor para que saibam a medida correta do acabamento desta casa; carpinteiros que conheçam a verdade pois o engradamento desta casa só poderá ser a verdade e as telhas, o esclarecimento desta verdade. Estamos construindo uma casa que futuramente abrigará aquele poeta que tanto amar a humanidade morreu só e incompreendido. E agora queremos prestar-lhe a última homenagem."
Ontem passei por lá e vi que não conseguiram edificar tal casa, o terreno estava mais deserto do que nunca, somente me foi possível ouvir a voz do vento que sussurrou:
_ A casa que procuras só Ele poderia construir e hoje Ele habita nela no infinito ...

Antítese


Imagine: Recentemente estive fazendo comparações entre nós e concluí que somos o oposto um do outro, concluí também que estás sempre a me evitar.
Se és a luz do dia, consideras-me as trevas da sombria noite.
Se és uma grande força com certeza julgas-me uma imensa fraqueza.
Se és a certeza fazes de tudo pra que me ocultes nas incertezas.
Quando procuras espalhar alegrias ao redor, o teu fulgor não permite que percebam a profunda tristeza que rodeia.
Sinceramente não concordamos um com o outro pois somos o oposto um do outro e não comungamos as nossas idéias.
No entanto por que não façamos como um imã que quando quebrado somente os polos opostos podem uní-lo novamente.

Elegia à Tamires


No convívio diário com os seus
Eras uma estrela a luzir
Essa pequena criaturinha de Deus
Com as minhas alegrias a conduzir

Surgiste dos planos mais divinos
De beleza e pureza sem par
Manipulando alegremente os destinos
Dos que habitavam seu humilde lar

Mas uma fatalidade do destino
Quis deste pequenino ser nos privar
Deixando-nos com esse imenso desatino
Não podendo de tua sina esquivar

Agora para nós somente tristeza existe
Pois voltaste triunfante aos braços de Deus
Deixando toda tua comunidade muito triste
Sem podermos ao menos dizer-te adeus

Sabemos que habitas no alto firmamento
Brincando com inúmeros anjos e crianças
Mas aqui ficou um grande sofrimento
Pois levaste contigo parte de nossas esperanças

Lamentavelmente somos obrigados a nos conformar
Enfim ocupas um elevado posto
E de hora em diante não vamos mais cismar
Pois o tempo dispara a nosso desgosto

Porém tuas lembranças hão de permanecer
Tua existência para sempre será recordada
Aqueles que a amam jamais vão te esquecer
Por mais dura e árdua que seja a caminhada