quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Ir ... mãos
Mãos que bravamente balançavam
O tosco cabo de uma enchada
Recentemente tristes recordam
Quão árdua foi essa jornada
O sol é o mesmo de outrora
E as mãos apesar da idade
Trabalhavam antes e agora
Para suprir a necessidade
O serviço com o tempo modificou
Assim como sua terra agora é passado
Mas a eterna recordação ficou
Apesar do trabalho ser mais pesado
Suspenso nas alturas lembrava
De sua terra amada e querida
E em tal ilusão mergulhava
Deixando no solo a própria vida
A queda foi muito violenta
Diziam os seus companheiros
A iniludível também chega lenta
Após os suspiros derradeiros
Mãos que bravamente balançavam
A colher de um pobre pedreiro
Cruzadas sobre o peito estavam
Pois foi este o gesto derradeiro
Sonhar,
Fugir da realidade,
Ao mesmo tempo buscar
A felicidade
Escapando deste mundo
Buscando um sentimento
Profundo
Nem que seja na eternidade.
E assim evitar estas:
Paixões subornadas,
Corações prostituídos,
Felicidades hipotecadas,
Amores destruídos,
Amizades esmigalhadas,
Sentimentos corroídos.
O artista sonha para resgatar
A verdadeira beleza do mundo
Sua arte deve expandir por todas as nações.
Pois nesse gesto se oculta toda nobreza
De um perfeito amenizador de corações.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Delírios
Na distância as luzes da cidade parecem um emaranhado de estrelas que no vão esforço tentam alcançar o firmamento. No mesmo instante eu, envolto em trevas fico a fitar aquelas que com magia ilustram o firmamento, luas e estrelas, eternas companheiras dos poetas e trovadores que ignoram as seduções das cidades para tentar atingí-las nem que seja através do olhar. Olhar este que muitas vezes tenta buscá-las submerso no mar da solidão. Mar este que ao deixar fluir entre os olhos pequeninas gotículas infimos fragmentos de eternidade, inundam a alma de pesadelos, espectros que somente podem ser dispersados pelas boas lembranças e somente tais lembranças, conseguem permitir que a gente continue através de um simples olhar a atingir estrelas.
Trovadores e poetas eternos apaixonados que se veêm sempre quase que mortalmente feridos por aquele sentimento que apesar de dilacerar-lhes a alma e lucidez eles insistem em exaltar, pois, basta uma simples recordação para que eles retornem à reviver aqueles momentos de glória onde tudo se coloria e se perfumava e justamente por isso que estes elevados revitalizadores de emoções apesar de envoltos pelos mantos negros das trevas procurar através de olhares e lamentações atingir as estrelas.
Tais pessoas acreditam que dependendo do grau de sensibilidade deles faz com que as estrelas rompam todas as barreiras que os separam e vem para junto deles com o nobre objetivo de acalantar-lhes dissipando assim os espectros que povoam as trevas ao redor desses arrojados afloradores de sentimentos.
Embalado uma vez por uma dessas deusas questionei:
_ Como podemos nós mortais e mundanos desfrutar desse raro privilégio de aconchegar-mo-nos em vossa paz?
_ Mortal algum foi ou é capaz de tamanha ventura. Lembra-te que vocês são imortais, poetas e trovadores imortalizam-se através de suas obras e somente aos imortais é concedido este privilégio, saiba que o que estás vivendo neste momento somente os imortais são capazes de entender pois para os outros não passa de loucura!
_ Por que os poetas e trovadores tem que suportar tamanha carga de sofrimento?
_ Lembra-te que sois captadores de sentimentos , é impossível transmitirem aquilo que não viveram, se sofrem é para que através deste talento que lhes é divinamente concedido retransmitam tal sentimento de uma forma mais amena para que com isso a humanidade seja orientada e norteada para a sua verdadeira meta que é o amor supremo.
_ Mas será justo, eu que sempre procurei, não pela literatura, mas também por minha presença, diálogo, ajudar a todos que me pediam auxílio, e mesmo os que não me pediam basta que eu veja que alguem não esteja bem para que eu tente aliviar a sua dor. E quando pensei estar sendo recompensado por tudo, quando acreditava sentir em meu interior o sentimento supremo ele simplesmente se recusa a permanecer comigo?
_ Lembra-te que teu ego é teu maior inimigo, tu disseste que acreditavas estar sendo recompensado, digo-te que ninguém te deve nada e tu também não o fizeste por recompensa pois se o fizeste, nada do que foi construído daria certo. Olhes para trás e vislumbre quantas pessoas ajudastes, saiba que ajuda espiritual não se faz como comércio, compete a ti simplesmente ajudar sem nada exigir em troca. Tu dizes isso pois encontra-te bastante abalado pelo fracasso de não ter podido com tamanho sentimento e tu deixaste escapar, saibas que tu somente não o pôde devido ao fato de tu se julgares ser bom uma vez que tens a facilidade de transmití-lo. Mas, infelizmente, quando tu começaste a conehcê-lo, não pudeste captá-lo em sua simplicidade, apesar de tua sensibilidade, tu procuravas as coisas coloridas e o obscuro tu ignoravas; tal sentimento tem como base o equilíbrio. Se existe uma determinada quantidade de luz, saibas que existe a mesma quantidade de trevas para contrabalancear. E jamais ser nenhum mortal ou imortal conseguiu atingir, só, este sentimento em toda a sua plenitude. Saiba que só não irás muito distante no intuito de aprofundar neste sentimento. Lembra-te que este sentimento é dividido em duas partes, uma se encontra em ti e a outra compete a ti encontrá-la, saiba que as duas partes se completam. Saiba que onde tu és seguro a outra parte é insegura e onde tu és fraco, a outra é forte. E assim deve ser para que se estabeleça o equilíbrio. Saiba também que jamais terás aquilo que não lhe diz respeito e aquilo que lhe diz respeito jamais te será tirado. E contra isso nada neste mundo pode exercer qualquer influência.
Já se aproxima o momento da minha partida, sossega teu coração, aquilo que julgas estar perdido aproxima novamente de ti. Lembra-te que sendo imortal o outro elo também o é, saiba também que a paz e o conhecimento que acabo de lhe transmitir não passa de uma pequena centelha do que sereis capazes de alcançarem juntos, e uma vez juntos torna-se impossível separar os elos. E este momento está mais próximo do que tu imaginas.
FELICIDADES RETRANSMISSOR DE SENTIMENTOS...
Pedro Luiz Gonzaga
Timidez
Estrela solitária
Pequenina chama que no céu cintila
Só lutas contra a imensidão negra do firmamento
Sombras através da eternidade envolvem-te
Quase não se pode perceber seu luzir.
Distante, bem distante notam-se outras que
Unidas emanam luminosidade abundante e
Unidas dissipam com mais facilidade o
Manto negro do firmamento.
E assim através de incontáveis eras estarão
Sempre unidas
Grandes mundos que se tornam ainda maiores
Com a presença de outros.
Mas que adianta tanta grandeza se eles não
Conseguem ser autênticos,
Se toda a luz que emitem possui força devido o
Luzir de outros.
Mas tu não minha estrelinha, o seu luzir é autêntico,
Pois estás só, a única companhia que possuis é o teu
Próprio mundo e tu te ocultas no interior
Quantos mistérios encerram dentro dessa pequenina
Brasinha suspensa na amplidão.
Saiba que abaixo, bem abaixo, existe um ser que toda noite
Se envolve só no manto negro para admirar-te,
Pois apesar de sermos diferentes, distantes e sós
Estaremos eternamente unidos pela mesma timidez.
Pedro Luiz Gonzaga
Adeus, Campeão
Nas pistas era um exímio talento
Driblava a morte que o espreitava
Agora ouvem-se apenas os lamentos
Da imensa multidão que o adorava
Nas vésperas desta inevitável dor
Foi em Imola um cordeiro imolado
E aquele que sempre era um vencedor
No dia seguinte jazia sacrificado
Tal qual um jovem enamorado
Abraça a morte em seu último rito
Agora vê-se um piloto inanimado
Morre o ídolo, nasce um mito
Após esta inevitável colisão
Inerte um capacete verde-amarelo
Retratando a morte do campeão
Na trágica curva Tamborelo
Agora o nosso grande ídolo partiu
Retornando glorioso à casa paterna
Arrasando todo o povo que o viu
Almejar e atingir a glória eterna
No momento só nos resta a despedida
A esse inigualável talento
Pois acompanha de toda a partida
Só fica a saudade e o lamento
E embora vivamos essa dor dilatada
Acena, todo povo do mundo acena
Para que seja para sempre eternizada
A derradeira despedida à Senna
Pedro Luiz Gonzaga
Renata
Dúvida, incerteza, medo e loucura
Uma dor que no peito fere e mata
Tudo isso exemplo de procura
De sua origem, OH! Renata
De onde haverá surgido tão doce divindade
Que poeta, filósofo ou cientista
Será capaz de definir tamanha beldade
Mas para mim o importante é que exista
Não importa se tenha surgido das Sombras do Nada
Ou algum belo palácio celeste
O importante é que esta beleza seja sempre cantada
E para todas tamanha alegria se manifeste
Não sou poeta que entende de rimas e de versos
Mas um pobre de delírios por ti doente
Que há de expressar por todo universo
A afeição que por ti sente eternamente.
Pedro Luiz Gonzaga
Na praça noto dois casais que se aproximam, ambos em direção oposta ou, seja dos extremos para o centro. Um casal jovem e outro idoso.
O casal velho com roupas típicas de uma nação distante.
O casal jovem recém namorados, vem unidos a fazer juras de um sentimento eterno e profunda força única que consegue desafiar e porvir.
O velho casal eternos namorados vem a renovar os votos deste mesmo sentimento que décadas atrás também o juraram, pois este os deu força para superar grande parte do porvir.
Agora sinto ambos aproximarem
Mestres e principiantes da mesma arte
Os dois casais se cruzam e com o olhar
Respondem, questionam e se entendem
Pedro Luiz Gonzaga
Epitáfio para um Poeta
Hoje, eu, diante de sua lápide começo a meditar:
Olho para os anjos que ornamentam a sua sepultura e imagino, se a imagem destes anjos (mármore sem vida) é capaz de superar em valor do riso da criança que você tanto exaltou.
Olho para as letras que dizem "Aqui jaz ..." mas como pode uma vida se encerrar com as palavras aqui jaz, principalmente, você que sempre uniu a sua vida à vida, de todas as coisas da natureza, você que nos transmitia tão belas mensagem ao olhar simplismente para a água a correr no riacho. Eu acredito que para os poetas jamais existirá um aqui jaz pois quando este morrer para os homens, a sua alma se unirá à natureza ajudando a inspirar a outros como você, acredito que a verdadeira guerra do homem é a procura da verdade através das belezas deixadas para ele.
Olho para a sepultura, negra sólida e fria e imagino no seu interior um corpo que ao se aconchegar ali para sempre, libertou uma alma que em matéria soube escrever e fornecer belas mensagens para todos os homens e agora vai inspirar os futuros poetas para que a beleza seja eterna.
Pedro Luiz Gonzaga
Criar, sentir a obra crescer dentro da gente, e ao mesmo tempo elevarmos com a obra, eis aí o grande triunfo do artista.
E entre criador e obra, há um grande mistério, pois não se sabe se é o criador que eleva a obra ou a obra eleva o criador, e há uma profunda ligação entre ambas, pois não existe criador sem obra nem obra sem criador.
Facilmente podemos perceber as obras dos nossos criadores e a grande obra do eterno criador, que para preencher o círculo da elevada criação, criou um ser que estará eternamente destinado a criar novos criadores.
E é este ser tão elevado que nós simplesmente chamamos .... MÃE.
Pedro Luiz Gonzaga
Paralelo Onírico
Ultimamente tenho notado que tens andado triste, cismada e muitas são as vezes que noto que seus negros olhos que sempre apreciavam as belezas da criação; já não mais fitam as eternas maravilhas que desfilam diante de nós e com muita tristeza noto que estás constantemente a olhar para o vazio. Vazio este que não consegue proporcionar-te a paisagem que seus olhos merecem ver eternamente.
Sabe, eu sinto saudades daquele dia teu sorriso que, até hoje não vi nada neste mundo que brilhasse tanto. Pois para mim este teu sorriso tem brilho superior a mil sóis, e somente um brilho tão intenso pode ser capaz de iluminar a terra de meus sonhos, terra tão intensa que também só o brilho de teu sorriso consegue abrangi-la toda.
E agora não se sabe porque teu sorriso se apaga me deixando nas trevas. Talvez seja a realidade que foi visitá-la a pouco tempo. E nesta visita que ela te fez, talvez, ela tenha abrido diante de ti o livro que é capaz de lhe mostrar tudo, e nada passa por essa terra sem que esse livro registre. E talvez quando seus olhos iam lendo, absorvendo palavra por palavra, aquele teu brilhante sorriso fosse se apagando, para nunca mais voltar com brilho tão intenso.
Pois quando lias a te foram reveladas coisas que você jamais pensasse que existisse; pois o teu mundo é repleto de fantasias onde somente a beleza, a paz e a alegria reinavam. E agora diante de seus olhos desfilam palavras, letras e pontos. Mas diante de tua mente desfila a fome, a guerra, a pobreza, a covardia dos homens; que maltratam os animais e os vejetais e por mais que eles queiram negar que também são irmãos dele pois ambos se originaram das mesmas mãos. Sim, você presenciou tudo isso pois você deixou de ser uma adolescente para ser uma adulta.
Agora tu sabes que além do bem também existe o mal e isto eu sei que muito te torturas pois, juntamente com o mundo que tu vivestes até a poucos dias também existe um mundo totalmente oposto ao seu.
Mas não fique triste pois esse não é o nosso mundo pois assim como as mãos de Deus criaram esse mundo em que habitamos atualmente. a minha imaginação criou o nosso mundo.
Eu sei que aquele teu brilhante sorriso com o passar do tempo vai voltar mas infelizmente sei também que ele não vai voltar com aquele brilho de mil sóis, pois tens sofrido e sofrerás muito e isso apagará grande parte daquele sorriso.
Sabe o teu sorriso voltará mas o brilho dele não será capaz de iluminar a terra de meus sonhos; mas não se preocupe com isso querida, pois o brilho de teu sorriso unido ao brilho do fogo do amor que sinto por você conseguirão uma luz mais intensa que o brilho de um milhão de sóis. E aí nós dois iremos habitar a terra de meus sonhos onde somente a paz e o amor.
Onde as trevas só apareçam para lhe mostrar a beleza das estrelas; e talvez um dia eu lhe diga que cada estrela que brilha no céu de nossa terra é uma lágrima que chorei por ti.
E em minha terra viveremos juntos uma eternidade.
Pedro Luiz Gonzaga
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